quarta-feira, 14 de abril de 2010

Cusco, da gastronomia às compras



Esqueça tudo o que já ouviu falar sobre a gastronomia peruana e se entregue a uma aventura gastronômica na cozinha cusquenha. Colorida, saborosa e picante. Estas talvez sejam as características mais marcantes da culinária do Peru, que sofreu influências espanholas, africanas, andinas, chinesas, italianas e japonesas. Lima, capital do país, é considerada também a capital gastronômica da América Latina. Cusco, um dos destinos peruanos mais visitados em função de ser o acesso para Machu Picchu, está repleta de bons restaurantes. Difícil é escolher, entre tantas opções.

Além da culinária regional, crioula, como chamam, também é fácil encontrar a cozinha novoandina, com toques contemporâneos. Outro sabor que marca o Perú é o de suas massas. A influência italiana na gastronomia é muito forte e praticamente todos os restaurantes servem massas e pizzas. Deliciosas, por sinal.

Os valores das refeições variam de acordo com o lugar, mas em geral os pratos custam entre S./10 e S./20, no valor da moeda peruana. No cambio feito ao redor da Praça das Armas cada real é trocado, em média, por 1,35 nuevo sol, a moeda oficial do país. Mas, no cambio oficial, o real vale pelo menos R$ 0,30 a mais do que os cambistas pagam. Uma opção para não perder dinheiro é pagar a conta com cartão de crédito internacional. Agora, se você quiser experimentar os pratos gourmet, em ambientes decorados com requinte, não vai pagar um valor exorbitante por isso. Ao contrário, além de saborosa ao paladar, a alta culinária cusquenha também tem preço agradável ao bolso.


Um bom lugar para experimentar pratos que vão da culinária crioula, como o cebiche, pedaços de peixe cozidos no suco de limão, a carne de alpaca – nobre e sem colesterol – é o Tupananchis Restaurante- Lounge. A carta é preparada pelos proprietários, Julio e Gisele Rozas, e traz um cardápio mais contemporâneo, como o ambiente em tons de vermelho com luz difusa. “Oferecemos uma cozinha européia com produtos regionais em pratos como o nhoque de lomo e o ravióli de cuy – a fusão da gastronomia italiana com a peruana. Aqui os clientes podem desfrutar tanto ambiente interno, quanto do externo, para tomar um vinho na varanda, observando o movimento do fim de tarde”, disse Julio.

Aliás, os restaurantes cusquenhos são tão agradáveis que a comida corre o risco de virar coadjuvante no cenário. Além dos ambientes aconchegantes, com iluminação confortável, a trilha sonora é um show a parte. E não se assuste se começar a ouvir música brasileira com certa frequência. Os peruanos amam a musicalidade do Brasil e são fãs da bossa nova, do rei Roberto Carlos e do samba.



Pisco + Cusco = Piskuo

Quatro sócios, um sonho, localização privilegiada, meio milhão de dólares e o melhor arquiteto peruano, Jordi Puig. Acrescente um ano de reforma, decoração colonial com toques contemporâneos, suntuosas cortinas de veludo vermelho, luz de velas. Misture tudo, sem esquecer uma generosa carta de vinhos internacionais – com 170 etiquetas –, drinks exclusivos e o melhor sabor da culinária novo andina. O resultado desta combinação é um bar restaurante com três requintados e aconchegantes ambientes, permeados por uma atmosfera intimista que envolve os clientes. Bem-vindo ao Piskuo, um espaço inaugurado há três meses, ao lado da catedral cusquenha.



O nome do restaurante é a junção de dois símbolos do Peru: Pisco e Cusco. A cozinha é comandada pela chef Ana Patrícia Portocarrero, formada pela unidade da Cordon Bleu em Lima. No cardápio, além dos tradicionais pratos da culinária peruana, entre eles o lomo saltado – tiras de filé com tomate e cebola, servidas com batata-frita e arroz – cebiche, ají de galinha e taco taco, há pratos com ares modernos e temperos clássicos da cozinha do Peru.

“Aproveitamos todos os ingredientes da nossa cozinha, as raízes dos pratos e criamos os pratos com técnicas gourmet, com o cuidado para que eles não deixem de ser regionais”, disse um dos sócios, Walter.

A idéia dos sócios, aliás, é espalhar o Piskou pelo mundo, seja por franquias ou sociedades. Em maio, um dos proprietários deve vir ao Acre para conhecer o Estado e a potencialidade para a abertura de uma unidade em Rio Branco.


Um drink pra distrair

A bebida mais famosa do Peru é, sem dúvida, o Pisco Sour, um drink – ou trago, na língua hermana – preparado com pisco, uma espécie de cachaça de uva – limão e clara de ovo. O pisco, aliás, faz parte de boa parte das combinações na carta de drinks dos restaurantes. O Tupananchis tem pelo menos 12 “atrações” diferentes, entre eles o Piscopolitam, uma versão peruana para o famoso drink do seriado americano Sex and City. Maracujá, abacaxí e laranja também fazem parte dos “ingredientes”, ao lado de frutas exóticas peruanas. O mojito ganhou versão com maracujá no Piskou, ao lado da chincha e das amêndoas, que também ganharam drinks especiais.


Com ou sem agência?

Para ir a Cusco você tem várias opções. Desde botar a mochila nas costas e partir pela estrada até contratar o conforto e a segurança oferecidos pelas agências de turismo. Uma alternativa é ir por conta e contratar os serviços de uma agência em Cusco. Não esqueça de observar se ela tem pelo menos duas autorizações penduradas nas paredes (a licença municipal e do órgão de turismo) ou bem a vista dos clientes. A Peru Travel & Adventure e a Quéchuas Agencia de Viajes y Servicios são duas agências peruanas acostumadas a trabalhar com o público brasileiro, em especial os acreanos. São especializadas em turismo receptivo e oferecem desde city tours em Cusco a excursões para Machu Picchu e todos os destinos turísticos peruanos.

Agora, se você não se sentir seguro para embarcar nessa viagem sem alguém que lhe espere no aeroporto segurando uma plaquinha com o seu nome, e faça todas as reservas por você, vale a pena investir nos pacotes das agências de turismo. “A grande vantagem é a segurança, a pontualidade nos serviços e a garantia de execução do contrato. Nós disponibilizamos os vouchers antes do cliente embarcar, por exemplo. Ele sempre terá alguém esperando por ele, responsável pelo transporte até o hotel, aos passeios”, disse José Raimundo Morais, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV/AC) e da Adetur (Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Norte).


Onde ir?

Alguns lugares são quase que parada obrigatória para os turistas: os mercados de artesanato, a Praça de Armas, o Qoricancha, o Vale Sagrado. Confira os principais:


Praça de Armas – Chamada de “Hucayapata” (lugar de choro, por ser o ponto de despedida dos viajantes, no tempo do império inca), foi cenário importantes acontecimentos históricos e cerimônias sagradas.
 A Catedral – Sua construção iniciou a partir de 1560 e durou 113 anos devido aos constantes terremotos. Esteticamente não é a mais bela e nunca chegou a ser terminada como planejada, mas sua maior importância está no acervo de pintores da escola cusquenha e pintores europeus. Foi construída sobre pedras incas.


Qoricancha – Era o templo mais importante dos incas em Cusco, para o culto ao Sol, e boa parte dele era coberto por ouro. Os espanhóis saquearam o templo e sobre as ruínas ergueram o Convento de Santo Domingo.


San Blas – O charmoso bairro, com suas ruas estreitas, guarda inúmeras lojas de artesanatos, hotéis e restaurantes. Nele está a famosa pedra dos 12 ângulos.


Sacsayhuamán – Cusco tem o formato de um puma e as ruínas de Sacsayhuamán representavam a cabeça do animal. As pedras do local têm até 9 metros de altura e pesam até 350 toneladas.


Mercado de Artesanato – Localizado na Avenida El Sol, é um bom lugar para comprar artesanatos a preços mais acessíveis. Lá você encontra de prataria a tapetes.


Vale Sagrado – As cidades que se localizam ao longo do rio Urubamba também escondem grandes atrações turísticas. O passeio dura um dia inteiro. Aos domingos o turista aproveita o mercado de Pisac para comprar artesanatos e conhecer um pouco da cultura local.


Noite cusquenha – Cusco é uma cidade que nunca dorme. Seus bares, restaurantes, pub e boates são bem frequentados todos os dias da semana – e animadíssimos por sinal. Na maioria das boates você entra sem pagar o ingresso e ainda ganha um drink. O som que embala as noites de Cusco vai da salsa à música eletrônica. A maioria das casas noturnas funcionam ao redor da Praça de Armas. Na alta temporada, os finais de semana do Piskou ganham festa no terraço, que fica bem ao lado da cúpula da Catedral.

Fotos Angela Peres

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